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Da leitura dos livros à autoria da vida

  • Foto do escritor: Vera Purcina
    Vera Purcina
  • 2 de jun. de 2019
  • 3 min de leitura

Atualizado: 30 de abr. de 2020


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Ah!... Quantas fantasias são geradas pelas leituras! Como têm a capacidade de nos transportar da realidade e nos fazer vencer os limites do cotidiano!


Quem nunca se identificou com algum daqueles personagens mágicos, seja o da princesa ou o da bruxa, a orfã que sofre nas mãos da madrasta ou o herói que possui muito poder e sempre vence o inimigo? Que garota não sonhou, um dia, em ser como a Narizinho e ganhar uma boneca que converse como se fosse de verdade? Ou ser como o Pequeno Príncipe tão amado por sua rosa? Ou ainda, não sentiu vontade de ter um amigo imaginário, acessível e guardião dos mais íntimos segredos, como aquele tal pé de laranja lima?


Não se pode negar a importância de uma leitura! Seja a do O Patinho Feio, Dom Quixote de la Mancha, O Diário do Capitão Cueca, A Revolução dos Bichos ou os romances de casais enamorados... elas sempre acabam por interferir na formação da pessoa.

É que, na verdade, estas histórias estão falando de sentimentos reais das pessoas na pele de personagens imaginários e, por isso, fazem tanto sucesso. As pessoas as interpretam e se identificam com os personagens desde pequenas. Mesmo quando ainda não sabem ler pedem para os pais lhes contarem histórias, às vezes a mesma história incansavelmente. Naquele conto, provavelmente, tem algo que querem aprender e que é importante para a sua vida! Aqueles personagens representam partes delas que carregam dentro de si.


Biologicamente falando, o desenvolvimento do cérebro infantil vai ocorrer a partir da sua ação e interação com o mundo e com as práticas culturais existentes no momento. A criança vai adquirindo a capacidade de representar mentalmente, por símbolos, o que ela vivencia, sensivelmente, no real; vai construindo os significados e acumulando os conhecimentos. Inserida em determinada cultura, a criança vai assimilar e interpretar as histórias de acordo com sua maturidade, personalidade e necessidades psicossociais.

As histórias que despertam interesses, então, têm o jeito e a hora adequada de chegar:

até os 3 anos, as histórias devem ser rápidas, com grandes gravuras e poucos personagens. Dos 03 aos 07 anos, as crianças vão querer ouvir a história várias vezes e é o período em que querem saber o como e o porquê. Os livros devem ter muitas imagens e os textos devem ser breves, como, por exemplo, os contos de fadas ou poesias simples. A partir dos 7 anos deve-se oferecer livros variados e de diversos autores. Histórias em quadrinhos e gibis são ótimas opções de leitura. E assim, as complexidades das leituras vão aumentando pouco a pouco, gradativamente, no decorrer da vida das pessoas.


São os pais, geralmente, que introduzem as crianças no universo da leitura e da fantasia, principalmente através do seu modelo, ou seja, pais que possuem o hábito de ler incentivam esse comportamento em seus filhos. Os adultos que, desde pequenos foram incentivados a ler, geralmente são aqueles que inventam e fazem história no seu cotidiano. Automaticamente, incentivam a criatividade dos filhos, procuram incrementar sua curiosidade e alimentam seus sonhos e fantasias.


As pessoas que tiveram exemplos no seu imaginário desde pequenas, geralmente adotam uma atitude mental aberta, investigatória e científica. Aprendem a fazer novas leituras da realidade e as apropriam ativamente no aqui e agora, não estando somente no discurso, mas nas ações do dia a dia. Mobilizam mudanças e passam a ser protagonistas de sua história e da história de seu grupo. Partem da informação, apropriam-se dela e a transformam em gestos. Seus sonhos são transformados em metas e formam a base dos motivos para a busca de um mundo melhor. Possuem esperança, ideologias e acreditam que podem transpor o abismo das dificuldades.


Essas pessoas tem a autoria da própria vida!


Vera Purcina

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