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7 de Setembro

  • Foto do escritor: Vera Purcina
    Vera Purcina
  • 7 de set. de 2022
  • 2 min de leitura

Para mim, o sete de setembro não é mais uma data idealizada. Não sei se esta visão é por que estou mais velha, talvez sem o vigor dos jovens, mas a história que sei, hoje, não coincide com aquela que provém da história da independência do Brasil contada pela classe dominante de 1822. A história que conheço é a que venho vivendo desde que nasci.

Desse pais grandioso, que amo de paixão, que é lindo e exuberante na sua natureza, na sua riqueza, na sua beleza. Que tem um povo alegre, criativo, solidário e esperançoso acima de tudo! Mas um povo tão sofrido, meu Deus! Desrespeitado nos seus direitos, enganado, ludibriado... Que paga tantos impostos e não recebe educação e cultura, higiene, saneamento básico, saúde, transporte, esporte (para citar alguns) à contento.

Vejo que o Brasil é interdependente dos demais países. Não existe essa tal de independência autossuficiente. Nem no mercado internacional, nem na economia mundial, nem na política.

Então, penso que este feriado não deveria ser celebrado pela independência, pois ela não existe! No seu lugar, poderia ser substituido pelo movimento em prol da liberdade, vivenciada de modo democrático. E isso significa que o povo teria voz e seria escutado, teria os direitos assegurados, cumpriria os deveres da sua cidadania, poderia trabalhar, ter emprego, salários dignos e qualidade de vida... ter, no mínimo, casa e comida para se agasalhar e matar a fome.

O sete de setembro de hoje, na realidade, me afeta diferente e me traz outras percepções. Tem um sabor meio azedo de insegurança do futuro, um odor ruim de corrupção no ar, um toque áspero de desconfiança ...

A data não é festiva!

Aqui, o dia está cinzento e chuvoso.

Vera Purcina

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