Os Estudantes Pós Pandemia
- Vera Purcina
- 21 de set. de 2022
- 2 min de leitura

É fato que a pandemia do covid-19 trouxe consigo uma reestruturação na vida social, econômica e política da população. Especificamente na vida dos estudantes, ocorreram mudanças radicais do seu cotidiano. Ao agirem de acordo com as recomendações da OMS, veio a necessidade do isolamento social , para se evitar o contágio através do vírus. Foi um período de afastamento daquela convivência social na escola, ao mesmo tempo que aumentou o tempo de permanência dentro de casa. Assim, sem sair, imaginando o "inimigo invisível" lá fora, a sensação de apreensão e medo ia aumentando à medida que o tempo passava sem resolução da situação. Crianças e jovens ficavam horas utilizando as redes sociais. As aulas, o trabalho, o lazer, as negociações passaram a ser realizadas remotamente. Exigia-se uma adaptação à mudança que acontecia e perdia-se a liberdade do ir e vir. Perdia-se também pessoas, vivências, locais. A frustração era forte e o contato com a própria impotência gerava raiva, irritabilidade, negação da situação, conflitos e rupturas sociais, tristeza, agressividade, desânimo, dificuldade para comer e dormir.
Sob o olhar da psicologia, dependendo do grau da apreensão, medo, desconfiança, dificuldade de adaptação a situações novas, associa-se a estados de ansiedade. Por outro lado, quando ressalta-se a tristeza, o desamparo, tensão física e emocional, luto pelas perdas, aos estados depressivos.
Assim é que, através de pesquisas, constatou-se o impacto negativo da pandemia na vida dos estudantes, sendo que mais de 50% relataram aumento de indicadores de depressão e ansiedade.
Visto isso, com o retorno às atividades presenciais, deve-se considerar as sequelas e os sofrimentos deixados por esse período. Seria interessante buscar estratégias de prevenção e de remediação. Por exemplo, pensar na possibilidade de implantar programas que promovam as competências sociais e emocionais dos alunos assim como a realização de programas de Acolhimentos Psicológicos e de Escuta dentro e fora das instituições de ensino. Paralelamente, fazer os devidos encaminhamentos para os tratamentos especializados frente os episódios traumáticos vividos.
Vera Purcina
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