O Século da Ansiedade
- Vera Purcina
- 11 de out. de 2022
- 2 min de leitura

Os sofrimentos emocionais surgem de acordo com o momento histórico em que estão atravessando.
Atualmente, há grande incentivo para que as pessoas "anseiem" : para comprar, para viajar, para comer, para ganhar dinheiro... o que é próprio do consumismo e do capitalismo.
Anseia-se aquilo que ainda não aconteceu: o happy hour no fim de semana, a viagem do fim de ano, a felicidade da aposentadoria. Planeja-se e vive-se à espera do futuro.
Deseja-se, também, aquilo que os outros querem, ou seja, há necessidade de corresponder às expectativas dos outros. Por exemplo: A pessoa quer ter o carro y, que significa ser bem sucedido. Quer viajar para a cidade x, pois os colegas foram para lá. Quer vestir roupa e tênis de tal marca...
Então, não é difícil que a pessoa se aliene e passe a viver de acordo com as expectativas dos outros. Que já não entre em contato com os próprios desejos. Passe a desejar o desejo do outro. E desconheça ou até sufoque o próprio desejo.
Ansiedade vem de ansiar, de desejar. Quando a pessoa lida bem com o próprio desejo, está tudo bem. Porém, o desejo pode ficar exacerbado ou ausente e, levado a extremos, causa grande sofrimento.
Para sair desse emaranhado emocional é preciso um grande esforço; a pessoa precisa pensar em buscar outro estilo de vida. Reconectar com as próprias vontades e desejos, descobrir seus talentos naturais, suas potências de vida. Preencher o tempo com atividades saudáveis, informações de qualidade, compartilhar sentimentos. Aprender a viver o tempo presente e a lidar com a realidade tal qual se lhe apresenta.
É muito importante que a pessoa se situe, olhe para si mesma e à sua volta. Que perceba o que a influencia, causando esta ou aquela reação e comportamento. E distinga o que realmente lhe faz bem, de forma construtiva e saudável.
Vera Purcina
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