O Adolescente e a Escolha Profissional
- Vera Purcina
- 26 de mai. de 2019
- 2 min de leitura
Atualizado: 30 de abr. de 2020
O ato de escolher é frequente no dia a dia, porém as escolhas variam em sua complexidade e de pessoa para pessoa, pois cada um tem seu próprio jeito de tomar decisões. Escolher é um ato de liberdade.
Em relação à escolha de carreira não seria diferente. Alguns já sabem o que pretendem “fazer na vida” desde pequenos; outros, vão se definindo a medida que entram em contato com os diversos ofícios que sua rede social lhe oferece. Mas, uma grande parcela de adolescentes apresenta maiores dificuldades e não sabe optar por qual curso ingressar, seja no ensino médio (escolas técnicas) ou no ensino superior (faculdades).

Atravessando uma fase de insegurança e de auto afirmação, os adolescentes estão carregados de dúvidas a respeito de si mesmos, de suas capacidades e de seus interesses. E, quanto mais inseguros de si mesmos, mais estarão à mercê das opiniões alheias e das influências dos fatores externos.
Recebem, frequentemente, informações sobre cursos, escolas e profissões e nem todas devem ser lidas e seguidas ao “pé da letra’. Vez por outra surgem aquelas “profissões da moda”, promissoras, que prometem sucesso financeiro e realização pessoal; vez por outra valorizam certas universidades em detrimento ao esforço e desempenho pessoal do aluno, criando a ilusão de que basta entrar em determinada faculdade para se tornar um profissional bem sucedido.
As atitudes dos adultos neste momento são muito importantes, pois tanto podem elucidar os fatos e minimizar a angústia do jovem, como podem aumentar sua confusão, dificultando ainda mais a sua tomada de decisão.
É preciso considerar todas as informações recebidas, organizá-las e classificá-las criteriosamente para que funcionem como alternativas reais para o jovem indeciso. Quando não são bem elaboradas, a consequência direta será a idealização a respeito do mundo do trabalho e da educação que gerarão, inevitavelmente, nocivas frustrações profissionais posteriormente.
Além disso, os adultos próximos devem tomar cuidado para não se “contaminarem” emocionalmente nesse processo decisório do adolescente, ficando muito ansiosos ou desejando que ele realize seus próprios desejos de profissão frustrados do passado. É comum, também, darem um peso muito grande à escolha do jovem fazendo-o acreditar que, no ato da inscrição do vestibular, ele fará sua escolha profissional para toda a vida. O que conseguem com essa atitude na verdade, longe de ajudá-lo, é incrementar seu medo de tomar uma decisão errada, aumentando ainda mais sua angústia.
- Quem é que não conhece, ou ouviu falar atualmente, daquele estudante tão novo e já tão estressado?
Além disso, é uma conotação irreal, pois, quando se trata do futuro, trabalhamos apenas com estimativas e probabilidades.
As carreiras não são imutáveis nem permanentes. O mercado de trabalho é dinâmico e está em constante movimento. As profissões mudam de tempos em tempos e vão se adequando às necessidades da humanidade. As pessoas também mudam no decorrer da vida, ampliam seus interesses e suas capacidades se desenvolvem. Nada é como já foi ou como será.
Deve-se, enfim, pensar criticamente junto com o adolescente favorecendo o amadurecimento da sua escolha da carreira, ajudando-o a compreender para onde vai e as etapas pelas quais deve passar; assim como desenvolver uma imagem verdadeira de si mesmo, do mundo do trabalho e da educação, para que ele chegue a uma decisão consciente e equilibrada entre o seu autoconhecimento e os fatores ambientais.
Vera Purcina
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