Mudança para que?
- Vera Purcina
- 10 de ago. de 2022
- 2 min de leitura

Geralmente é ameaçador mudar, pois significa alterar uma situação na qual a pessoa encontra-se adaptada. Muitas vezes, está tudo tão acomodado, que alterá-la poderá trazer, inicialmente, sofrimento não só para si mesmo como para as outras pessoas que estão ao seu redor.
Nenhuma mudança é fácil: mudar de cidade, de casa, de profissão, de grupo social, de hábitos, de costumes, de comportamentos. É difícil porque além de se desligar de uma situação conhecida implica, ao mesmo tempo, se abrir para o desconhecido. E isso exige uma boa dose de desprendimento daquilo que serviu de base ou referência até o momento. Desprender-se de crenças ou de papéis sociais ou de pessoas ou de uma ilusória sensação de segurança e estabilidade. Daquilo tudo que mantêm o indivíduo no mesmo status quo, mesmo que esteja infeliz e insatisfeito; e que vai aumentando o seu conformismo.
Não é fácil se arriscar frente o desconhecido, o novo, que não promete nada, a não ser possibilidades. Possibilidade de ser mais alegre, mais livre , mais rico, enfim, mais feliz. E a dúvida insiste em permanecer: - Será que essa tal felicidade existe?
Portanto para mudar é necessário, além de desprendimento, certa dose de fé: no desconhecido, nos outros, em si mesmo e na vida. Não tem como caminhar para o novo sem acreditar na possibilidade de uma vida melhor e sem confiar em si mesmo; e ao mesmo tempo, compreender que os referenciais externos são transitórios. É contando consigo mesmo que acontece, realmente, uma mudança. Percebendo os próprios limites, capacidades e desejos para orientar-se na busca. Olhando para dentro de si.
A maioria das pessoas quer permanecer, quando o natural é desenvolver-se.
Mais uma incoerência humana: Querer ficar em uma situação ilusória de estabilidade baseada em velhos paradigmas enquanto o conformismo vai reprimindo o desejo de crescimento. Porém, o que liberta é a evolução. E o que motiva é o desejo interno de uma vida mais plena.
Enfim, mudança para nascer e viver até morrer.
Vera Purcina
Commentaires