Dia das Mulheres
- Vera Purcina
- 8 de mar. de 2022
- 2 min de leitura

Penso que, nessa questão da sexualidade, temos muito a aprender. Assunto carregado de tabus historicamente, difícil adentrar nessa seara, clarear detalhes sobre si e sobre o outro.... Mas, seguindo a linha de pensamento de que todas as pessoas carregam, dentro de si, uma parte feminina e uma masculina, pode-se perceber mais facilmente que não é somente a constituição biológica que define a identidade do gênero sexual. Pois permeando todo o processo de desenvolvimento pessoal, há o ambiente socio cultural, econômico e político no qual as pessoas estão inseridas e que exerce muitas influências sobre elas, ditando regras e padrões de comportamento. Então, em se tratando dos estereótipos de homem, de mulher, de LGBT, ao mesmo tempo que muitos estão caindo por terra atualmente, encontramos novas expectativas e exigências. O movimento social é sempre dinâmico.
Vivemos a era de modelos impostos pelos meios de comunicação, dos corpos esculturais, malhados e com cabeças "abertas". A mulher idealizada é aquela que, além de linda, dá conta do trabalho externo e dos afazeres de sua casa e que é tão produtiva, agressiva e competitiva quanto os homens no mercado de trabalho. O homem desejado é aquele que, além de "um Deus grego" possui a leveza e a sensibilidade do cúmplice e companheiro, nada autoritário, mas que proporciona toda a segurança e proteção necessárias, em todos os sentidos, à sua família. Os adolescentes parecem sofrer frente sua orientação, cuidam da aparência, mas não têm clareza sobre si. E experimentam uns e outros, ficam aqui e acolá, ao invés de se aprofundarem nas relações interpessoais. Uma pena porque, na verdade, as pessoas não deveriam se deixar levar tanto por influências externas. O melhor seria que cada um fizesse exercícios de auto conhecimento para aprender a lidar com seu lado feminino e masculino. E que todos aceitassem o status nascenti de cada um. Porque a diversidade existe e aceitá-la é o primeiro passo para se evoluir. Então, poderíamos deixá-la fluir naturalmente, individual e socialmente, genuína e autêntica. E sermos mais leves e felizes com nossa sexualidade.
Vera Purcina
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